A vírgula é essencial na escrita.
A vírgula é essencial na escrita.

Neste artigo, você vai saber quando deve usar a vírgula. Também vai descobrir para que serve esse sinal de pontuação. Além disso, vai ler alguns exemplos desse fenômeno linguístico para entender ainda mais sobre o assunto. E você que gosta dos conteúdos do site Gramática da língua portuguesa, conheça também os livros de seu autor. É só clicar aqui.

Para que serve a vírgula?

A vírgula [ , ] é um sinal de pontuação responsável por indicar uma pausa na leitura. No entanto, é uma pausa menor do que a do ponto-final:

Há livros, filmes e peças de teatro sobre Stonewall.

No exemplo, os substantivos “livros” e “filmes” sobre Stonewall são separados por uma vírgula.

Leia também: Quando devo usar “onde” ou “aonde”? Qual é o correto?

Quando usar a vírgula?

A vírgula deve ser usada nos seguintes casos:

  • para separar itens de um sujeito composto:

O amor, a amizade, a lealdade e a sinceridade são coisas que devem andar juntas.

  • para indicar a supressão de um verbo:

Seu pai era professor; e sua mãe, médica.

Assim, a vírgula mostra que o verbo “era” foi omitido na frase:

Seu pai era professor; e sua mãe era médica.

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  • para separar itens de um complemento nominal ou verbal:

Elas compraram hambúrguer, batatas fritas, refrigerante e sorvete.

Tem carinho pelo pai, pela mãe, pela tia e pelo irmão.

  • para separar um complemento pleonástico:

A ele, não lhe deram nenhuma justificativa.

  • para separar um adjunto adverbial anteposto ao verbo:

Educada e pacientemente, pedi que se retirassem do recinto.

Porém, nesse caso, se o adjunto é apenas uma palavra, a vírgula é facultativa:

Hoje dormi até tarde.

OU

Hoje, dormi até tarde.

  • para separar um aposto explicativo:

A inteligência, luz nas trevas da ignorância, está em extinção.

  • para separar um vocativo:

João, vem almoçar agora!

Vem almoçar agora, João!

Vem, João, almoçar agora!

Vem, meu amor, lavar a louça para mim.

  • para separar orações coordenadas:

Eleanor não veio, não telefonou, não deu sinal de vida.

Ricardo acordou, tomou banho e saiu.

O salário chegou, mas os preços continuam altos.

  • para separar expressões interpositivas:

Meus cães, por exemplo, latem muito pouco.

Você precisa, por assim dizer, pegar o touro pelo chifre.

Nós, no entanto, preferimos manter-nos distantes dos problemas.

  • para separar um complemento anteposto ao nome ou ao verbo:

Os livros, você leu?

Por intolerantes, tenho antipatia.

  • antes da conjunção “e”, desde que ela tenha valor adversativo:

Come pizza todos os dias, e não engorda.

Nesse caso, o enunciado tem o mesmo valor de:

Come pizza todos os dias, mas não engorda.

  • antes da conjunção “e”, desde que ela una orações com sujeitos distintos:

O rapaz disse que não queria uma festa, e seus amigos respeitaram a sua vontade.

  • para separar uma oração subordinada substantiva apositiva:

Algo a incomodava, ser considerada uma pessoa sem talento.

É possível, também, utilizar dois-pontos:

Algo a incomodava: ser considerada uma pessoa sem talento.

  • para separar uma oração subordinada adjetiva explicativa:

Só a inteligência, que é uma característica pouco valorizada atualmente, pode transformar o mundo.

  • para separar uma oração subordinada adverbial anteposta ou intercalada à principal:

Compreendeu, quando já não podia evitar a tragédia, o motivo de tudo aquilo.

Quando já não podia evitar a tragédia, compreendeu o motivo de tudo aquilo.

Mas atenção! Se a oração subordinada vier posposta à principal, é facultativo o uso da vírgula:

Compreendeu o motivo de tudo aquilo quando já não podia evitar a tragédia.

OU

Compreendeu o motivo de tudo aquilo, quando já não podia evitar a tragédia.

Quando não usar a vírgula?

A vírgula não deve ser usada nos seguintes casos:

  • para separar o sujeito de seu predicado:

Manuel é um ótimo dançarino.

  • antes do “e” que antecede o último item de uma enumeração:

O amor, a amizade, a lealdade e a sinceridade são coisas que devem andar juntas.

  • para separar o nome ou o verbo de seu complemento:

Tenho medo de fantasma e monstros de armário.

Quero um dia de sol.

  • para separar adjuntos adnominais do substantivo a que estão ligados:

As duas belas camisas de seda não ficaram bem em mim.

  • para separar aposto especificativo:

O tio Pedro não entendia minhas ideias.

Agora que você já sabe quando usar a vírgula, que tal tirar um tempo para ler um livro? É só adquirir o minirromance policial Os Wagner. E, enquanto busca desvendar o mistério, você pode observar como as vírgulas foram utilizadas nessa obra.

Leia também este livro: A casa.

Referências

NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua portuguesa. 15. ed. São Paulo: Scipione, 1999.

SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa. 34. ed. São Paulo: Matrix Editora, 2021.

Este artigo foi escrito por: Warley Matias de Souza.