Há regras para o uso do hífen.
Há regras para o uso do hífen.

Neste artigo, você vai saber quando deve usar o hífen. Também vai descobrir para que serve esse sinal gráfico. Além disso, vai ver alguns exemplos desse fenômeno linguístico para entender ainda mais sobre o assunto. E você que gosta dos conteúdos do site Gramática da língua portuguesa, conheça também os livros de seu autor. É só clicar aqui.

Para que serve o hífen?

O hífen [ – ] é um sinal gráfico e serve para unir os componentes de uma palavra composta (“super-homem”, por exemplo) e também serve para separar as sílabas de uma palavra (“i-gual-da-de”, por exemplo).

Leia também: Quando devo usar a vírgula e para que serve esse sinal de pontuação?

Quando usar o hífen?

CASOSEXEMPLOS
Palavra composta sem elemento de ligação.Arco-íris, tia-avó, segunda-feira, guarda-roupa, para-choque, abaixo-assinado etc.  

Algumas exceções: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas (e derivados).
Palavra composta formada pela repetição ou semelhança de termos, sem elemento de ligação.Blá-blá-blá, tico-tico, tique-taque, pingue-pongue etc.
Palavra composta em que um dos elementos utiliza apóstrofo.Copo-d’água, mestre-d’armas etc.
Termo iniciado pelas seguintes palavras, desde que não haja elemento de ligação: além, aquém, recém, sem.Além-túmulo, aquém-vida, recém-nascido, sem-teto etc.
Após o prefixo “bem”.Bem-educado, bem-humorado, bem-visto, bem-nascido etc.  

Algumas aglutinações: benfazejo, benfeitor etc.
Após o prefixo “mal” quando seguido de vogal, “h” ou “l”.Mal-educado, mal-humorado, mal-lavado etc.
Em adjetivos gentílicos.Belo-horizontino, estado-unidense etc.
Em nomes de espécies da fauna e da flora, mesmo que apresentem elemento de ligação.Bem-te-vi, couve-flor, comigo-ninguém-pode, louva-a-deus etc.
Expressões formadas por encadeamento de termos.Linha México-Canadá etc.
Após prefixos que terminam com a mesma vogal que inicia o termo seguinte.Anti-inflamatório, contra-ataque, micro-onda etc.
Em palavras iniciadas por “afro”, “anglo”, “euro”, “franco”, “indo”, “luso”, “sino” e semelhantes, desde que apresentem elementos que indiquem mais de uma etnia.Afro-brasileiro, anglo-germânico etc.
Com prefixos que terminam com a mesma consoante que inicia o termo seguinte.Super-racional, sub-bibliotecário etc.
Após os prefixos “pré”, “pós” e “pró”.Pré-universitário, pós-doutorado, pró-democracia etc.

Exceções: preestabelecer, preexistir, pospor, proativo etc., em que os prefixos “pre”, “pos” e “pro” são átonos.
Após prefixos que terminam com “m” ou “n”, e o termo seguinte começa com vogal, “h”, “m” ou “n”.Circum-navegação, pan-americana etc.
Após os seguintes prefixos: “ex”,
“sota”, “soto”, “vice”.
Ex-professora, sota-capitão, vice-prefeita etc.
Após prefixos que terminam com vogal, “b” ou “r”, seguidos de termo iniciado por “h”.Anti-Hitler, sub-herói, super-humano etc.
Após prefixos que terminam com vogal, “b” ou “d”, seguidos de termo iniciado por “r”.Sub-rogar, ad-rogar etc.
Na ênclise.Dê-me, comprá-lo, dizer-lhe etc.
Na mesóclise.Dar-me-ia, comprá-lo-ei, dir-lhe-á etc.
Na separação de sílabas.Dig-ni-da-de, or-gu-lho etc.

Veja também: Quais são os principais prefixos da língua portuguesa?

Quando não usar o hífen?

CASOSEXEMPLOS
Em palavras iniciadas por “afro”, “anglo”, “euro”, “franco”, “indo”, “luso”, “sino” e semelhantes, desde que apresentem apenas uma etnia.Afrodescendente, eurovisão etc.
Palavras compostas que apresentam elemento de ligação.Pé de moleque, lua de mel etc.  

Algumas exceções: água-de-colônia, cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia (economias).
Em termos formados pelo prefixo “mal”, desde que o vocábulo que se segue ao prefixo NÃO inicie por vogal, “h” ou “l”.Malcriado, malfeitor, malformado etc.
Quando “bem” e “mal” atuam como advérbios.Meu filho foi bem educado por mim.  

Meu filho foi mal educado por mim.
Com prefixos que NÃO terminam com a mesma vogal que inicia o termo seguinte, ocorre aglutinação.Autoajuda, extraoficial, infraestrutura etc.
Termos formados com os prefixos “co” e “re”.Coautor, coordenar, reeleição, refeito etc.
Após os prefixos “des” e “in”.Desonra, inabilidade etc.
Após “não” e “quase”.A não agressão, o quase emprego etc.
Em palavras com prefixos que terminam com vogal, seguidos de termo iniciado por “r” ou “s”, duplicam-se o “r” e o “s”.Ultrassonografia, minissaia, microrregião etc.

Agora que você já sabe quando usar o hífen, que tal tirar um tempo para ler um livro? É só adquirir a obra Pérolas aos porcos. E, enquanto reflete sobre a realidade brasileira, você pode observar como os hifens foram utilizados nessa obra.

Leia também este livro: A Menina da Flor.

Referência

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 39. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

Este artigo foi escrito por: Warley Matias de Souza.